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A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

Porque ainda é arbitrário ter um filho?

Com todo o respeito que tenho pela maternidade, condição que me permite estar aqui agora a opinar, preciso partilhar ideias que me passam pela cabeça.

 

O mundo foi evoluindo e os seres humanos foram aumentando.

Consumindo portanto mais recursos.

Destruindo habitats de varias espécies.

Espécies essas que foram portanto, diminuindo.

Algumas até extinguiram.

Paralelamente produz-se também mais.

Produção massificada sustentada por redes de exploração de seres-humanos e animais.

Por consequência gera-se mais lixo.

 

Estado de graças: A terra aumentou 1º desde a revolução industrial.

Os últimos 3 anos bateram records de temperatura.

Vi uma reportagem há dias que explicava os efeitos do aumento em mais um e dois graus, que se espera que aconteça se mantivermos tudo igual.

 

Ouvi relatos assustadores sobre a falta de agua potável.

Por consequência falta de condições que temos hoje como garantidas.

As ruas passam a ser selvas e instala-se a anarquia.

 

Pelos cálculos da reportagem, eu ainda seria viva.

 

Vi aquilo com o descanso que apenas iria sofrer eu.

Não tenho filhos. E para já, nem companheiro.

 

Mas fiquei a pensar nos que foram pais agora.

Fiquei a pensar o que lhes vai na cabeça? O que tem o mundo para oferecer aquelas crianças?

Será que vêm noticias?

Não os assusta?

 

De quem é o real interesse da maternidade?

Pais e sociedade.

Pais porque querem ver personificado o amor que os une (vou por de lado outras verdades) e a sociedade porque a economia precisa de mexer.

Há uns anos estava a tirar um curso de finanças na Universidade Católica e a professora dizia que a previsão de receitas para os próximos 10 anos são assustadoras.

Não há jovens portugueses suficientes.

A alavanca seria a "importação" de estudantes.

Apostar no sol português para atrair estudantes estrangeiros.

Daí a construção da nova faculdade na linha de Cascais....

 

Entendem?

Ou seja, é preciso novas crianças, que façam os pais gastar dinheiro, que cresçam e ganhem dinheiro para que os pais possam usufruir de reformas...

É um ciclo que não deve parar.

Mas...E a criança?

 

Leva com a responsabilidade de vir salvar o mundo que as gerações anteriores fizeram questão de destruir.

Leva com um mercado de trabalho saturado onde reina o salve-se quem puder e o recurso a antidepressivos.

Leva com aguas poluídas, praias sujas, florestas queimadas, verões de chuva e invernos de calor.

 

Posso e estou com certeza a ver a história pelo pior prisma.

Mas na minha cabeça só faz sentido tomar uma decisão se me fizer sentido passar também por estas realidades.

 

Mas ok....

Assumindo que ninguém vai deixar de ser pai\mãe, faz sentido essa decisão ser arbitrária?

 

Neste momento, faz?

Olho para o lado e vejo famílias inteiras a viver sob a alçada de subsídios sociais.

Se eu for adquirir um crédito ao banco eles vão ver se eu tenho condições para pagar a divida certo?

Então porque raio pode uma família de 4 elementos (ou mais), TODOS sem rendimento, procriar? Sem aval do estado?

Não querem aval do estado? Sim senhor, então também não têm direito a nada.

 

Eu conheço uma família cujo o primeiro filho nasceu deficiente (problema mental). Os próprios pais têm um ligeiro atraso, mas fazem a sua vida normal.

Não contentes com a situação....tiveram mais 2 filhos.

Ou seja, estamos a falar de uma família com 3 filhos com atraso mental.

Mas isto faz sentido?

Se eles quiserem, podem ter mais filhos.

 

E sem falar na quantidade de crianças nos lares que ninguém adopta.

São um submundo da sociedade colocada de lado, pelos pais e por todos nós.

Outro flagelo.

 

E outros territórios do mundo onde não reina um estado social, alias, se for preciso reina o verdadeiro inferno, e estão mulheres a dar à luz em campos de refugiados???

Meu deus!

Nasceram directamente no inferno da guerra pobre seres.

Faz sentido?

 

Penso que para todos os efeitos e mais alguns deveria ser controlada a natalidade no mundo.

E para não ir mais longe e não dizer que deveria ser fabricada.

Imaginemos um mundo em que ninguém podia ter filhos?

Ou seja, as inseminações davam-se em laboratório, num cruzamento de genes supostamente "ideais" (sei lá como).

Eles nasciam e eram criados em centros de criação e entregues ao mundo para serem úteis em determinadas áreas.

Só nasciam seres de facto necessários para repor as perdas e manter um nível social equilibrado.

 

Será utópico?

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