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A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

Passo a vida a correr, quando vai chegar a hora de sentar e apreciar?

Hoje enquanto fazia snooze no meu despertador dei-me conta da realidade que é a minha vida.

 

Ando sempre a correr.

Corro para chegar a horas ao meu trabalho.

Corro atrás de homens que não me querem.

Corro atrás do meu peso ideal.

Corro atrás de ter dinheiro.

Corro atrás de ter tempo.

 

Correr, correr, correr.

 

Será que isto é tudo o que a vida se trata?

Correr atrás de coisas, de objectivos?

Nunca se vai parar para apreciar? Viver o momento apenas?

E não falo de não fazer nada, mas ser dona e decisora do que vou fazer com o tempo que tenho.

 

Quando visitei São Tomé e Príncipe senti-me como se me tivessem colocado um muro em plena auto-estrada e eu tivesse feito uma paragem brusca.

Demorou uns 3 dias para me habituar ao ritmo de vida de lá, para sequer gostar de lá estar.

Leve-leve? Não sei ser leve-leve...

Tudo me apoquentava, tudo era um drama, tanta coisa por melhorar aos meus olhos e as pessoas não correm?

Mas correr atrás do quê? Quando se tem o mar cheio de peixe, quando se tem café no quintal, quando a fruta cai de podre nas proximidades...

Para quê complicar em ter uma casa melhor, se um telhado de chapa para a chuva serve?

Apercebi-me que quem estava errada não eram eles. Eles estavam a apreciar e não a correr.

Estavam a viver a vida como ela deve ser vivida.

O que iria na cabeça daquelas pessoas?

Certamente que não estavam a pensar na conta da luz, agua, tv cabo...não precisam.

Vivem numa ilha auto-sustentável, onde ainda se apanha boleia de desconhecidos sem medos.

Onde as festas são nas casas dos familiares.

Onde não há zonas VIP.

 

Onde nos perdemos nós?

Quando deixámos de ser assim?

Algumas vez fomos?

É possível retornar?

 

Se eles vivem dos recursos que a natureza lhes dá porque temos nós de pagar por tudo? IMI, taxas municipais isto e aquilo....

Quando no final do mês pago todas as minhas despesas e não consigo poupar nada, não é igual a não receber nada?

Não estou eu a ser uma escrava em troca de um conforto camuflado que me vendem?

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