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A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

O repúdio - quando te apaixonas pelo intelecto mas não pelo fisico

Ora bem, das duas uma: ou eu invento desculpas para não me comprometer ou começo a achar que não há tampa para a minha panela.

A verdade é que eu gosto mais de caçar do que de ser caçada.

Mas como sou bipolar depois estou sempre a queixar-me que nunca ninguém me conquista.

 

Conheci um rapaz interessante.

Começámos a trocar mensagens há umas semanas atrás.

Fomos tomar um café timidamente e ontem decidimos passar o domingo juntos.

Fisicamente não me atraí por ai além, 

 

(ou será que devia dizer nada? Bom, no inicio sim sentia-me atraída por ele pelo menos com vontade de beijá-lo agora...)

 

,contudo tem sentido de humor (que para mim é requisito obrigatório pois ninguém aguenta dois dramáticos sob o mesmo tecto), é feliz com a vida que tem e com o que faz (também convínhamos, nos dias de hoje é raro) e acima de tudo, é muito boa pessoa, de enorme coração.

 

Deveria chegar, certo? Não.

 

A questão é esta: eu fiquei atraída pelo seu intelecto e não pela sua aparência.

Aqui só existiria uma coisa que ele poderia ser/fazer para recuperar a parte da aparência que é: ser cheio de atitude e confiança, e que de facto ao inicio com as suas piadas de circunstância e tal até foi, mas a partir do momento em que me deixei levar e a dar-lhe mais carinho parece que ficou submisso.

 

Sim é mesmo esta a palavra...submisso. Ou então apaixonado.

 

Ainda só tivemos 1 encontro e ele já está "apaixonadíssimo".

E já me escreve textos gigantes a falar de quão bela eu sou, por dentro e por fora lalalalala.

E posso fazer-lhe tudo o que quiser que ele nunca fica chateado com nada.

E até já me diz gosto de ti quando desliga o telefone.

 

Perdeu todo e qualquer mistério e segurança. Está nas minhas mãos.

 

Epa e eu, que queria tanto mas tanto estar a gostar disto, confesso que começo a ficar com náuseas (sinto-me muito mal por dizer isto).

 

É que parece que ele estava desesperadamente à espera de encontrar alguém que ele gostasse e como isso aconteceu tirou as caixas que diziam "carinho" do armário, limpou-lhes o pó e jugou-as para cima de mim.

 

Sinto-me sufocada e intoxicada com tanta demonstração de vontade e afecto.

 

Anulou-se totalmente e agora ele é tudo aquilo que eu quiser que ele seja.

Já não lhe posso dizer que gosto de nada porque ele vai tentar sempre surpreender-me com alguma coisa relacionada com esse gosto.

Já não posso dizer que me apetece ir ao cinema que ele manda-me a listagem completa dos filmes que vão estrear.

 

Pior que isso.

 

Começo mesmo a sentir repudio dele fisicamente.

Ja não me apetece beijá-lo, já começo a encontrar defeitos em coisas que antes nem via.

Até da forma de vestir dele já não gosto.

 

Isto tudo começa a aumentar na minha cabeça e tento não deixar transparecer mas não está fácil.

 

Sinto que encontrei alguém que o meu coração gostou, mas que a minha libido não.

 

Sendo consciente de mim mesma, e porque (ainda) não perdi o interesse em conhecer mais dele, já o alertei para a situação.

 

Mas, ou ele tem a capacidade de se reinventar, ou infelizmente acho que vou ter de lhe pedir um tempo para pensar.

Ou pelo menos, para sentir saudades dele.

 

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