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A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

Ninguém nos ensina a dizer NÃO ao ASSÉDIO!

Há cerca de 1 mês atrás no café onde vou todos os dias de manhã, e que amo de paixão porque é um local silencioso e posso ter alguma paz logo de manhã, um homem pôs conversa comigo.

 

Como sou uma pessoa que gosto de dar o beneficio da duvida e ser simpática conversámos durante uns minutos.

 

Fiquei a saber que tem 40 anos, está há 1 mês a viver sozinho em Lisboa e é farmacêutico.

 

Depois de ele me confessar estas informações de uma forma tão normal e simples decidi dizer-lhe que caso quisesse podia sentar-se comigo de manhã. Sei lá acho que me deu um bocado de pena porque pareceu-me mesmo que ele tinha necessidade de falar.

 

Assim foi, a partir desse dia todos os dias de manhã ele passou a sentar-se para beber o café comigo.

 

Passado 2 dias de nos termos conhecido recebo uma mensagem no facebook e um pedido de amizade dele.

 

Confesso que me faz espécie alguém se dar ao trabalho de procurar-me no facebook, principalmente se está comigo todos os dias.

Não respondi à mensagem e não aceitei o pedido de amizade.

 

No dia seguinte ele fala-me disso e eu expliquei-lhe o porquê de não ter aceite e ele compreendeu e não abordou mais o tema.

 

Há uns dias atrás, sempre que me despeço dele (com 2 beijos) ele tem-me colocado a mão no ombro, às vezes faz-me uma festinha no braço e ontem colocou-me a mão na cintura.

 

Eu não me sinto bem quando ele me toca, deixa-me desconfortável. Já dar beijinhos para mim é demasiado, quanto mais com tanto contacto físico.

A verdade é que não sei bem como lhe dizer isto.

Não há outra forma senão dizer-lhe: "Desculpa mas não gosto que me toques".

Não não há, é isto e tenho de lhe dizer como é, mas por alguma razão sinto-me envergonhada.

 

Com medo de que ele avançasse mais e dada a minha apatia, decidi não ir mais ao café (bolas!! ainda por cima gostava mesmo do sitio).

Mas não me sinto bem em ter de deixar de fazer a minha vida normal por causa disto.

Não estou a enfrentar o "problema", mas sim a fugir dele.

 

Ao desabafar isto com uma amiga minha, ela confidenciava-me que há uns meses atrás um colega de trabalho com quem ela fala bem de repente começou a fazer-lhe uma massagem na perna... ela ao contar-me confessou-me "Não soube como reagir ou o que dizer".

 

Este tipo de "assedio" disfarçado de carinho é uma forma subtil de sermos tocadas e nem sabermos como reagir.

 

ATENÇÃO: eu acho natural os homens\mulheres acharem as suas amigas\colegas\conhecidas atraentes.

O que não acho natural é existir esta aproximação intencional camuflada de boas intenções.

Sim camuflada, porque muitas vezes usam a técnica da vitimização\afastamento quando confrontados, quando na realidade só se afastaram porque levaram um travão que não gostaram!

 

Resumindo: aproveitam-se da nossa amizade para irem avançando passo a passo e testando aquilo que vamos permitindo.

 

E odeio não saber o que fazer!

Odeio nunca ninguém me ter ensinado como agir perante estas situações!

Lembro-me em criança a minha mãe só sabia dizer-me para não ser mal educada, não responder às pessoas, dar beijinhos a todos os velhos babosos que conhecíamos na rua, amigos de não sei quem!

Sei que ela fez o melhor que pôde, mas para nos salvaguardarmos temos de ser ensinados também a saber dizer NÃO! E a ser inconvenientes quando é preciso!

 

Fiquei a pensar:

 

É possível uma amizade entre homem e mulher refazer-se depois de ter havido um contacto físico não permitido? Mesmo que comunicado?

É possível existir uma amizade entre homem e mulher sem nunca haver qualquer tipo de assédio e\ou segundas intenções?

Mais grave, será que os pais não deviam preparar as crianças para quando confrontadas com situações que as deixem desconfortáveis saberem como reagir? 

Não se preveniria algum incidente mais grave se preparassemos melhor as crianças\adolescentes para reagir este tipo de situações ao invés de deixá-las ficar confusas e por isso mais facilmente manipuladas pelo agressor?

 

Beijos!

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