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A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

Não quero esquecer, quero sofrer!

 

Mas porque é que dou tanta importância a coisas sem importância?

 

Faço esta pergunta a mim mesma tantas vezes.

 

Talvez tenha de aceitar que me importo muito com tudo e simplesmente dar menos relevância a esse facto.

Que coisa contraditória.

Talvez tenha de diminuir o meu ego.

 

Na verdade pode ser só um inicio de uma aprendizagem, pode ser só amadurecer.

Quando as coisas acontecem a primeira vez doí tanto que parece que sinto um peso no peito, que até respirar doí.

Talvez na segunda, terceira.....já não seja tão dramático, ainda que doa, porque sei que sobrevivi.

 

Então com isto quero dizer que, tenho-me crucificado muito com as mesmas coisas, tenho-me sacrificado por amar e não ser correspondida essencialmente.

Com isso sou eu que sofro duplamente.

Por não ser correspondida e por não me permitir não ser correspondida.

 

Guardo a dor num saco, vou embebedar-me, vou enrolar-me com sei lá quem, vou de férias para o paraíso, não importa o que faça.

Se não me permitir sofrer, se não me permitir aceitar que não fui correspondida para depois seguir com a minha vida, estou a adiar essa aprendizagem e a recalcar sentimentos que me destroem a autoestima e pior, que voltarão com dupla força no futuro.

 

Então, quando alguém me diz "Não penses nisso", "Esquece isso", não gosto.

São conselhos insensíveis e inúteis.

Não se aprende nada com conselhos assim, e na maior parte das vezes as pessoas só não têm é paciência para ouvir ou para formular conselhos mais profundos.

Eu não quero esquecer, eu não quero não pensar, eu quero pensar até esgotar em mim o assunto.

Até já não poder ouvir mais falar dele.

Até já não sentir nada quando o evoco.

Quero sofrer o que tenho a sofrer de uma só vez.

 

Entendo que para as pessoas que lidam comigo é chato "sempre a mesma lenga lenga", mas a verdade é que se não fizer o luto no momento certo, vai ser pior para mim e para os que me rodeiam.

Vai ser um assunto tabu, vou sentir que sou um tormento e que não posso desabafar com ninguém, vou-me isolar etc.

 

Por isso, já aprendi que, se for preciso tirar um dia para falar trinta vezes sobre a mesma coisa, vou fazê-lo.

Se for preciso tirar um dia para ficar a ver filmes românticos e a chorar, vou ficar.

Isso não é relembrar, isso não é não esquecer, isso é limpar a dor, transpirar a dor, fazê-la sair de dentro de nós.

 

Um abraço a todos os românticos incuráveis ou sonhadores impraticaveis.

 

Beijinhos,

Podenga