Erasmus, quem fez, sabe o que é.
Um dia escreveram-me uma carta de despedida
por cima do Douro a li
agarradinha, bem juntinha a mim
para que ninguém a pudesse ler senão eu
e cada palavra lida
uma lágrima contida
intercalada com um sorriso sofrido
de quem sente falta de um desconhecido
que agora que era querido ficou para trás
no coração pesava a angustia da saudade
dos tempos, que sabia, não iriam voltar
da idade, que não me permitia voltar a ousar
e do tempo, que agora verdadeiro, passaria a pesar
mas ao ouvir "Porto Sentido" percebi
que tudo aquilo que sentia
fazia parte do preço a pagar
pela loucura de provar
o sabor da liberdade.