Ele desapareceu. Devo dizer-lhe tudo o que está entalado? - O reencontro
Ontem enquanto lia os meus rascunhos dei-me de caras com o texto "Ele desapareceu. Devo dizer-lhe tudo o que está entalado?".
Na altura decidi não publicá-lo porque achei que relatava uma historia num contexto demasiado especifico para ser compreendido pela maioria dos leitores.
E assim o fiz, não o publiquei.
Contudo, aconteceu uma coisa absolutamente fantástica há uns dias atrás e que só faria sentido partilhá-la se partilhasse toda a história.
Pois bem, voltando um pouco atrás: após a "ausência" misteriosa deste menino no dia dos meus anos e o seu regresso para Moçambique nunca mais nos falámos.
Entretanto e depois de ter percebido pelas publicações do facebook que só tinha desaparecido da minha vida, decidi apagá-lo (no fundo também com a esperança que ele desse conta - QUE TONTINHA!).
Então posto isto e já com 5 meses sem falar com ele, já completamente cicatrizada da desilusão, num belo sábado à noite na capital estava a beber uma cerveja com uma amiga eis senão quando......quem vislumbro?
ELE!!
Confesso que entrei um pouco em pânico e entrei no primeiro café que me apareceu à frente.
Não porque me quisesse preparar para o confrontar, mas porque não queria de todo cruzar-me com ele, o que àquela distância seria inevitável.
Quando sai do café ele já lá não estava.
Mas....quis o destino ou a pequeneza da rua cor-de-rosa, entre encontrões daqui e dali acabámos por nos encontrar frente-a-frente.
Ele sorriu imediatamente, eu calmamente perguntei-lhe se estava tudo bem e ele desata a desculpar-se a dizer que tinha chegado no dia anterior e que por isso não tinha dito nada e bla bla bla...
Começa a perguntar-me consecutivamente se estava tudo bem comigo tal não era a necessidade (agora) de saber de mim...ou o nervosismo de saber a m**** que tinha feito.
Respondi-lhe calma e serena, com um sorriso, não muito excitada, não muito fria.
Disse-me que ia comprar umas bebidas com os amigos e já voltava a vir ter connosco.
Ele voltou, eu é que não.
Sai dali e fui aproveitar a noite para outro sitio, leve e livre, com sensação de história arrumada, de consciência tranquila.
Ainda me enviou uma mensagem a dizer que tinha ido ter ao local, mas eu não estava lá (A SÉRIO QUE PENSAVAS QUE IA SER TÃO BURRA?)
Ainda me mandou outra mensagem a desejar boa noite e a dizer que gostou de me ver.
Ainda mandou outra mensagem no dia seguinte a perguntar "Estás chateada comigo?"
A essa eu tive de responder:
Ele:
Babe
Estas chateada comigo?
Eu:
Porque perguntas isso?
Ele:
Por não termos falado mais
Eu:
Entao isso quer dizer que estas chateado comigo?
Ele:
Só me respondes com perguntas.
Não, nunca estive. Se estivesse chateado com alguma coisa nem parava para falar no cais
Eu:
Para te fazer pensar no que me estas a perguntar! Se desde a ultima vez que nos vimos e tu partiste para Mocambique nunca mais falaste comigo porque essa vontade agora?
Ele:
Ok, tudo bem...
Desculpa
E foi isto.
Apesar de ainda me ter conseguido desiludir com o facto de nem se ter tentado justificar, a verdade é que o tempo relativiza tudo.
Não senti absolutamente nada.
Nunca mais o vi.
Nunca mais falei com ele.
E o melhor disto tudo foi que não fiz o que fiz para me vingar ou retribuir-lhe na mesma moeda.
Já tinha ultrapassado há muito aquilo que tinha acontecido, e isso foi o que me deixou mais feliz, ter essa comprovação.