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A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

Ego coleccionador

Tenho um ego que colecciona

Corações famintos de atenção

Na esperança de preencher um vazio

Que vejo de fio a pavio

Ao percorrer a ilusão

De que se continuar a fazê-lo

Não tenha de enfrentar a dura realidade que é

Nem ter vontade até

De procurar melhor.

 

Não é preguiça é desencanto

Que o meu tempo que é tanto

Não me deixa esquecer

Dos corações que encontrei

Mas que nunca coleccionei

Por nunca poder 

 

Trazê-los comigo

Estavam presos!

A passados vincados

De amores interminados

Que não pude combater

 

Outros tantos ainda

Sem mistério ou mentira

Não se esforçaram por mais

Deram-me o mínimo que podiam

Certamente mais não tinham

Mas nunca foram leais

 

À verdade partilhada

Deixaram-me sem fim e sem nada

Como um leão selvagem na jaula

Sem se poder defender

De um ataque que não esperava

Um desprezo que mostrava

Quão insignificante poderia ser

 

O tempo passado com alguém

Que também vem

Como eu a coleccionar

Corações famintos de atenção

Que um dia calhou ser o meu

 

Mesmo assim ao experimentar

O que é participar

Da acção que pratico

Continuo de modo afinco

Não abdico de continuar.

 

By: Podenga