Devo apagá-lo das redes sociais?
Num acto de saturação por não ver vontade dele para estar comigo decidi apagar tudo o que tinha dele.
O número de telemóvel, excluir amizade de facebook e deixar de o seguir no instagram.
Confesso que o meu ego não ficou agradado porque sei bem isto é só uma prova do poder que ele tem sobre mim.
No entanto, já achei pior essa ideia de apagar tudo de alguém que se quer esquecer.
Na verdade, acho que se as atitudes seguintes coincidirem com este desligamento, só me faz bem (e está a fazer) não ter acesso a nenhum passo dele.
Só me faz bem não me fazer de forte, quando quero ver o instastorie dele mas não vou.
Só me faz bem não inventar instastories e andar todo o dia a ir ver se ele viu ou não.
Só me faz bem não saber dele.
Vivo mais a minha vida, aproveito mais os meus amigos, sou verdadeiramente eu, faço posts que realmente quero fazer, vou a sítios que realmente quero ir.
Eu chegava ao cumulo de visualizar os instastories dele para ver onde ele estava e fazer de tudo para provocar encontros.
Eu chegava ao cumulo de ir para sítios que nem queria ir para esperar horas e horas andar de um lado para o outro só para ver se o via.
Acabava sem aproveitar o meu tempo.
E quando não o via ainda ficava triste.
E quando o via ele nem mostrava interesse em estar comigo, inventava sempre alguma desculpa e acabava por ficar triste na mesma.
Em troca de quê?
Que necessidade tenho de pedir atenção?
De mendigar.
Que falta de amor próprio é este hein?
Agora é óbvio, o que não pode acontecer é desfazer-me toda se ele me der atenção.
Não estou a falar em amuar nem nada disso.
Na verdade, não é por ele não querer nenhum compromisso comigo que ele é má pessoa e que o vou odiar.
Se o encontrar vou cumprimentá-lo, posso até falar com ele uns minutos, agora o que não vai acontecer é eu ficar dependendo disso para ser feliz.
Se o apaguei das redes foi para ser mais fácil esquecê-lo. Ponto.
Não pode ser, nem é, uma estratégia para chamar a atenção,
Isso seria descredibilizar-me e principalmente enganar-me a mim própria.
E sou eu quem conto agora.
Há muita gente que me diz que não devia ser tão drástica, que podia ficar amiga dele mesmo que não avançássemos romanticamente, mas cada um equilibra a sua estrutura emocional da forma que lhe é menos dolorosa.
Eu sei que perco oportunidades, quase sempre, por ser ansiosa de mais, por ser "ou é agora ou nunca", por ser o "oito ou oitenta".
Não tenho paciência, não relaxo, não confio no universo, não tenho fé.
Sei disso. Mas cada coisa a sua vez, por agora só preciso me desvincular dessa droga de persegui-lo.
Para mim, é mais fácil assim, ainda que num futuro possamos voltar a ser "amigos" nas redes, eventualmente a coisa até evoluir.
Longe da vista, longe do coração.
O hábito de não o ter enraiza-se no meu dia-a-dia como estava enraizado o habito de o ter.
Começo eu a vir ao de cima (e que saudades que tinha de mim) e a minha vida entra na normalidade.
Dando espaço a ele, ou a outra pessoa qualquer de entrar nela.
Deixei de me monopolizar.
Desprendi-me do elo que eu própria criei na minha cabeça.
Tal como ele, vivo a minha vida, desapegada de tudo.
E é isso que importa, é voltar à minha normalidade porque, resumidamente, eu não preciso dele na minha vida se não for para me fazer bem.
Da mesma maneira que entrou, sai, e se por alguma razão se aperceber que me quer voltar a ter, terá de me conquistar, como fez da primeira vez, mas não estou a pensar nisso ou à espera disso.
E essa é uma paz....ah essa paz é boa demais!