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A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

Até onde estamos dispostas a ir para cativar o nosso homem perfeito?

Ao falar com uma amiga sobre como está difícil arranjar homens solteiros e interessantes na faixa dos 30-40 anos ela contou-me uma situação que ocorreu com ela no Tinder o ano passado.

 

Ela fez match com um homem, biólogo de profissão, algo conhecido na área, que já apareceu na TV, fez publicações de artigos científicos enfim, tudo aquilo que ela precisou para o classificar como sendo interessante.

 

Depois de 2 ou 3 dias a falarem no Tinder ele convidou-a para ir beber um vinho a casa dele, ao que ela respondeu não.

E então ele perguntou "Estás no Tinder à procura do quê?" E ela respondeu "De um relacionamento, de amor".

 

Ficaram a discutir os seus pontos de vista durante uns minutos e no dia seguinte ele simplesmente desapareceu.

Ela confessava-me que ainda (já passou um ano) pensa nele e em todas as conversas interessantes que teve com ele e que muitas vezes pensa em como foi "burra" não ter aceitado ir até casa dele.

 

Ora bem, ela diz isto porque se sente culpada pelo facto de ele ter desaparecido.

Sente-se culpada porque ele tinha todos os requisitos físicos e intelectuais que ela apreciava num homem e por causa dela ele desapareceu.

 

Quando ela me contou isto eu entendi o que ela sentia e o porquê dela dizer isto.

De facto com a falta de homens interessantes e bonitos acho que muitas vezes acabamos por deixar aquilo que acreditamos em segundo plano.

Ela não foi a casa dele porque ela não o conhecia. Ele desapareceu porque ele queria sexo e não um relacionamento.

Se ela fosse a casa dele podia ser violada, drogada, roubada...uma quantidade infinita de coisas e como é óbvio não arriscou.

 

No entanto, depois de ver o seu "príncipe" desvanecer-se diante dos seus olhos ela ponderou, e até lhe enviou umas mensagens depois disso, voltar a falar com ele para que pudesse "emendar a borrada que fez". Ele nunca lhe respondeu. 

 

Depois disto fiquei a pensar...

Até que ponto vamos (nós mulheres) para garantir que cativamos o homem padrão que sempre idealizámos?

Até que ponto desligamos as vozes da nossa consciência que ao ver-nos seguir por caminhos que vão contra o que pensamos nos gritam e ecoam no coração?

 

Desde quando isto se tornou uma guerra fria?

 

Fico feliz pelo rapaz ter desaparecido da vida dela quando percebeu que ela queria um relacionamento. Do mal o menos.

Mas assusta-me uma mulher se culpabilizar por se proteger.

Achar que eles não resultaram porque ela foi séria de mais e não cedeu.

 

Antigamente as mulheres eram dependentes dos homens financeiramente e muitas vezes tinham de se calar por não terem forma de se sustentar ou fugir, ou simplesmente por não terem "voz".

 

Hoje em dia as mulheres estão dependentes dos homens não financeiramente, mas porque de repente a lei da oferta e procura mudou.

Muitas mulheres atrás de um homem.

Os homens já não seduzem, as mulheres é que correm atrás.

Essa é a nova dependência. É como procurar "a peça boa" durante os saldos. 

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