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A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

As histórias de amor existem mesmo?

Estes últimos dias tenho pensado....quando é que paramos de procurar pela nossa historia de amor?

Qual é o momento em que desistimos dela e nos acomodamos com o que temos disponível?

 

Em fase adulta tive apenas uma relação, que de inicio tinha o sexo e tinha a amizade, parecia-me a conjugação perfeita, à prova de bala e de quotidiano.

Também não foi assim porque o sexo deixou de fazer parte dela passado muito pouco tempo, o desejo desvaneceu, sobrando a amizade que dura até hoje.

 

Desde então, e já se passaram 4 anos, tenho vindo a ter relações curtas, umas intensas e com propensão para mais, outras nem por isso.

Tenho conhecido pessoas que fazem tudo por mim, pessoas pelas quais eu faço tudo e vamos andando assim.

Recuso-me a ser daquele tipo de mulheres que vive a vida com uma pala nos olhos e com o target de um homem à frente.

 

Que tudo o que fazem, os sitios para onde vão, as roupas que vestem, são para arranjar um parceiro.

 

Gosto de pessoas, gosto de conhecer pessoas, homens e mulheres, velhos e novos. Seduzo o mundo inteiro porque não me posso relacionar com as pessoas apenas pelo que acho que dali pode advir, simplesmente porque não sei o futuro.

 

Esta semana volto a sentir-me dividida sobre o meu comportamento relativamente aqueles que tudo fazem por mim.

Porque é que o físico importa tanto?

O que fazemos quando não há atracção física pelo parceiro mas há tudo o resto? Quando não há vontade nem de lhe dar um beijo?

E quando essa pessoa cuida de ti como ninguém, não deveria tentar fazer o esforço?

 

Não quero ter de escolher entre bom sexo e boa amizade. Quero os dois. Quero tudo a que tenho direito.

A verdade é que olho à minha volta e a maioria parece ter tomado a sua decisão.

"Sexo não dura para sempre....a amizade sim"

Mas então...o que distingue um amigo de um namorado?

 

Como faço para controlar os meus impulsos sexuais pelos outros homens? Se me controlo estou a sobreviver, não estou a viver.

Será que se aprende a ter desejo pelo parceiro? Quase parece o discurso da altura em que o casamento era combinado.

 

Tenho amigos cujos relacionamentos são uma "fraude". Preenchem algumas necessidades comuns, nomeadamente a partilha das despesas, mas depois há muita cumplicidade que falta. Há muito desejo que não existe (pelo menos de uma das partes).

Há também o recurso à traição...

 

Eu não quero isso. Eu quero um amor, que não precisa de ser à primeira vista. Quero um amor que não me faça ficar dividida. Quero um amor sobre o qual não tenha duvidas que é mesmo aquilo que eu quero e sentir o mesmo da pessoa que está comigo.

 

Será que isso existe? Talvez para ambas as partes não. Talvez exista sempre um que tenha de "fazer o esforço" em algum dos aspectos.

Que tenha de abdicar daquilo que expectava e render-se às evidências.

 

Se calhar as histórias de amor que vemos nos filmes até existem, mas com uma duração demasiado pequena para um filme de 90 minutos.

Talvez, como dizia a Charlotte no Sexo e a Cidade, as verdadeiras almas gémeas são os nossos amigos. E os homens são só para nos divertirmos.

Se calhar não há mal em sonhar, mas baixo para não cair em frustração com aquilo que o mundo real nos proporciona...