Amor arrogante intelectual
Em cima do teu ego disfarçado
De eremita excomungado
Salta uma arrogância que doí
Não mata, mas moí
A quem tenta desbravar caminho.
Em cima desse teu olhar sem fundo
Qual cão vagabundo
Não se sente muito mais do que se vê
E ainda assim se crê
Ser-se olhada de verdade.
Em cima dessa tua falta de altruísmo
Disfarçada de estoicismo
Denota-se a parte mais podre do teu ser
Mas que mal tem, se não houver maldade?
Navegas sobre a tua cega verdade
Porque só não vê, quem não quer ver.
Em cima desse teu desapego interessado
Ri-se um carente acostumado
Por pensar que engana bem
A quem também não tem por onde pegar
E no fundo, sobrevive longe do mundo
Agarrado ao seu intelecto profundo
Sem precisar alguém para amar.
Podenga