Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

Homem que não se esforça a ponta 'dum corno

A semana passada uma amiga enviou-me uma publicação de uma ex-prostituta que dizia que as mulheres não deviam dar demais a um homem.

 

deixo aqui------http://www.fasdapsicanalise.com.br/conselhos-de-puta-velha/

 

Na altura não concordei muito com o texto porque achava que confundia um bocado a ideia de que não nos devemos apaixonar e entregar facilmente com  o ser agradável para o parceiro.

 

Acho que o universo fez questão de me demonstrar a diferença.

Ando a sair com um rapaz já há um mês.

 

Quando ele chegou, e depois de não nos vermos há 6 anos e de estarmos oficialmente crescidinhos quando ele me convida para jantar e marca o restaurante eu pensei: Uau, finalmente vamos ter um date romântico.

 

Não só não houve qualquer elegância em escolher o local (destoava de todas as pessoas que lá estavam porque fui overdressed) como além disso no final pediu para dividir a conta.

Na altura até nem fiz grande drama, no fundo éramos apenas 2 amigos que se estavam a reencontrar.

 

Passado um mês e depois de dormidas em minha casa, jantares na minha casa, cinemas na minha casa decidi dizer-lhe "acho que já  merecia um jantar romântico, daqueles em que me vais buscar a casa".

Não declarei que também iria pagar a conta, pois assumi que ele sabe.

Ele riu-se, disse ok e eu percebi que ele tinha percebido a ideia.

 

Ontem manda-me uma mensagem a perguntar se o nosso jantar podia ser sexta-feira.

E eu que estou completamente falida e numa de tentar perceber se finalmente ele iria ter uma atitude de cavalheirismo uma vez na vida disse-lhe que não tinha dinheiro para jantares.

Ao qual ele responde "Então queres ir ao cinema? Cinema em casa..."

 

Ora cinema em casa, significa cinema em minha casa, no meu sofá, comer a minha comida e nem sequer ligar a perguntar se eu quero que ele compre um vinho.

Estou sem tesão por este homem e com vontade de lhe dizer umas coisas na cara.

 

Depois do "cinema em casa" nem sequer lhe respondi.

Não quero um homem que me sustente, mas gosto de homens que se esforcem, que me dêem valor, que me ajudem e se preocupem comigo.

 

Se é só sexo, tudo bem. Mas só sexo não implica acampar na minha casa, comer a minha comida e deixar a minha casa desarrumada.

 

Comporte-se com uma joia rara e outras tretas

Vamos lá ver

 

Quando fazemos sexo com alguém continuamos a estar ao mesmo nível da outra pessoa.

 

Um homem não desrespeita uma mulher por ter sexo com ela.

Uma mulher não passa a ser menos valiosa por ter tido sexo com um homem.

 

Estas balelas de "comporte-se com uma jóia rara, não se entregue facilmente bla bla bla" traz atrás uma ideia de que primeiro as mulheres não têm capacidade de tomar decisões e depois que deixamos de ser jóias raras por fazermos sexo com alguém.

 

E vá lá, se um homem me julgar por ter tido sexo com ele então é porque não é homem para mim right?

 

A vida é demasiado curta para joguinhos.

O sexo é demasiado bom para não ser praticado, desde que consentido e seguro!

 

Vamos parar de fomentar esta ideia de que sexo suja, que sexo deve ser vergonha porque ninguém aqui nasceu de uma cegonha.

 

E digo mais, quantas mulheres casadas não tiveram uma vida inteira sem saber o que era um orgasmo porque nem conhecer o seu corpo podiam?

 

Quantos de nós foram concebidos em noites em que "até não lhes apetecia, mas o marido quis"

 

Isso sim é condenável.

 

O sexo não é uma obrigação, o sexo é uma escolha, de um homem e de uma mulher conscientes onde ambos procuram obter prazer.

 

Beijinhos

 

 

Cansei-me de tudo

Cansei-me

Estou cansada de tudo

Daqueles dias que expludo

Só de ouvir alguém respirar

Não dá para controlar

São muitas frustrações

A competir por um lugar

Dentro de mim

Estou mal assim

Mas não sei como estar melhor

E pior

É impossível ficar

 

Cansei-me

Até da minha própria voz

Quero estar a sós

Com a minha consciência

Estou sem paciência

Para desejos alheios

Ou outros devaneios

Que sem pedir licença

Entram na minha cabeça

E ferem a minha lucidez

Com rigidez de mármore

 

Cansei-me do eu e do tu

Das promessas do nós

Que nunca vão existir

Para quê mentir?

Põe as cartas na mesa

Tenho a certeza

Que na primeira oportunidade

Vou desta para melhor

 

Cansei-me do 'migo e da 'miga

Que por mais que lhes diga

Que não estou bem

Precisam de quem

Lhes escute os problemas

Trabalho, filhos e outros temas

Tão interessantes que doí

A quem contrariado

Moi

O pensamento 

 

Cansei-me do pai, da mãe e do irmão

Quer diga que sim ou que não

Gera sempre discussão

Não há satisfação plena

Problemas de descendência

Que não são passiveis de resolução

 

Cansei-me do pai do filho e do espírito santo

Não há solução portanto

Para tanta possessão interior

Que até o Diabo espanto

Por não saber o quanto e como

Usar o amor

 

By: Podenga

Cortar o cordão umbilical - O luto dos pais vivos

Há momentos na minha vida que me pergunto...será mais difícil fazer o luto de alguém morto ou de alguém vivo?

 

É tão difícil deixar a pessoa ir quando aquilo que nos prende a ela é tudo...

 

Falo no meu caso dos meus pais, mais concretamente do meu pai.

Houve uma vez alguém que me disse "Se não fizeres o luto dos teus pais e cortares de uma vez por todas o cordão umbilical nunca vais descansar"

 

E têm razão.

A minha família consome-me, prende-me demasiado.

Não conseguem ter um vinculo comigo saudável e respeitar o meu espaço.

Quando saí de casa deles e lhes dei uma copia da chave da minha casa (para caso acontecesse algo) ainda lhes tive de explicar (porque não entendiam) que deviam avisar antes de irem lá a casa e para não entrarem sem tocar.

 

"Mas tens alguma coisa a esconder?", bom só lhes disse "Podem sempre ver alguma coisa que não gostem".

Amuaram.

 

Não entenderam. Houve discussão, houveram dias sem falar, até que o assunto passou a tabu e pelos vistos ficou entendido.

ATENÇÃO, os meus pais têm 50 anos!

Mas é sempre uma guerra, é sempre um sofrimento porque simplesmente não concordamos em NADA.

Sempre foi assim.

 

É porque gosto de animais, é porque sou vegetariana, é porque só quero namorar e não quero casar, é porque gosto de sair à noite...

 

Há um ano atrás decidi vir trabalhar com o meu pai. EPIC FAIL.

Não sabe e não consegue distinguir a função de pai da função patrão.

Tenho momentos na empresa (inclusive à frente de outras pessoas) em que ele me manda calar....

CALAR!

Não há nada que tenhamos em comum.

Não concordamos em nada.

Nunca concordámos.

Além disso sou mulher, que trabalheira que dá uma mulher na cabeça de um machista.

A minha mãe é um pouco mais fácil de gerir porque como também sofre com o machismo dele entende-me, mas o meu pai desgasta-me, deixa-me frustrada.

É demasiado ditador, controlador.

 

E o pior é que por nunca concordarmos, sinto que procuro a aprovação dele, e que nunca vou ter porque ele simplesmente Doesn't give a shit.

Tenho de perceber que nunca vou ouvir um "Boa filha" "O pai tem orgulho de ti" "Está bem feito" ...

Não quer saber de sentimentos, quer é resultados, "É a tua obrigação".

Acho que vou ter mesmo é de deixar de trabalhar com ele e seguir a minha vida para que, nem ele sinta que sou um fardo, nem eu me sinta desvalorizada.

 

Li também que a nossa família é escolhida nesta vida para resolver problemas de vidas passadas.

Penso que ainda não é desta que as coisas se resolvem...

Não entendo o feminismo

Resultado de imagem para peixe subir a uma arvore

 

 

Não entendo o feminismo, no sentido em que parece só a mulher importar.

Neste sentido, diria que o feminismo é a versão feminina de machismo e então são igualmente desnecessários.

 

Entendo o respeito pelo próximo seja quem for.

Isso eu entendo.

 

Entendo o que é ser imparcial e a ter também empatia por dores que desconheço.

Entendo que não sou a melhor pessoa do mundo.

Entendo que TODOS já alguma vez erramos.

Entendo que assim que apontamos um dedo ao próximo, temos vários apontados para nós.

 

Não entendo a facilidade com que se julga o outro.

Não entendo porque a mulher deve ser priorizada face ao homem.

 

Somos diferentes, e há que assumir essas diferenças.

Igualdade não é justiça.

Não podemos pedir a um peixe para subir a uma árvore.

 

Let women be.

 

A ressaca de um "one night stand"

Bom...

 

Eu acho que isto dos one night stands, sexo casual etc etc só corre "bem" para quem tem vários homens ao mesmo tempo.

 

Para quem tem um caso de cada vez há o risco de sofrer do síndrome do abandono e de se lixar à grande.

 

Ora bem, quem nunca teve sexo com um amigo duma amiga, numa festa, com uns copos a mais, sem nunca pensar que isso iria acontecer?

 

Ok.

 

Então, foi maravilhoso, beijo bom, sexo bom, mais o factor surpresa, mais o factor adrenalina...

Uiii óptimo né?

 

Nem sempre.

Chega a hora de ir embora, trocam contactos, facebook whatever whatever e vai cada um à sua vida.

No dia seguinte acordamos, olhamos para o telemóvel e nada.

Durante o dia até damos aquele avanço, porque está de ressaca, porque está cansado, porque ainda está bêbedo...porque morreu a caminho de casa.

Mas passam 2 dias e nada do senhor...

 

Começamos a perseguir o facebook dele para ver se existe alguma coisa a acontecer e se SÓ eu estou a ser ignorada.

Então vemos uma foto de um grupo de amigos.

Fazemos um like básico só para chamar à atenção.

Entretanto já fomos verificar quem são as meninas da foto para ver se (só naquela..) ele não é namorado de nenhuma.

 

Controlo feito, like dado, espera-se uns minutos/horas para que ele fale connosco.

Cada vez que o telemóvel toca é sempre aquela dor aguda.

Nada.

Começa-se a perguntar a todos os amigos opiniões sobre como agir.

Conta-se a história completa do que se passou até ao momento.

Tenta-se refutar todos os amigos que dizem para nos reduzirmos à nossa insignificância.

Damos ouvidos às românticas incuráveis porque sabe bem ao ego.

Em alguns casos até caímos em tentação de mandar aquela mensagem do "então, tudo bem?" e ser vista e ser lida e não ser respondida (odeio isso).

 

Mas no final há sempre aquela percentagem relevante do orgulho que nos puxa à realidade e segura-nos para que não mandemos mensagens...

 

E passa-se 1 semana e ele não disse nada.

E aí chega o momento de finalmente entendermos o que "One night stand" significa e seguirmos com a nossa vida....

Fazer topless na praia - a condenação das maminhas

Odeio usar soutien.

 

Não sei se alguém efectivamente gosta.

Eu só gostei até por volta dos meus 20 anos quando usava aqueles super mega sotiens almofadados que mais pareciam coletes salvavidas para parecer que tinha 3 copas acima da minha (até mesmo em biquinis). Depois deixei-me disso e decidi assumir as minhas mamas como elas são.

 

A unica razão pela qual hoje em dia uso soutien é porque Deus não me abençoou com maminhas grandes mas deu-me uns avantajados mamilos e para não ter de estar sempre a usar tapa mamilos de silicone, uso soutien.

 

Naturalmente na praia, além de todas as razões há mais a questão de que nao gosto da marca do biquini então normalmente faço topless.

 

Digo normalmente porque na verdade nem sempre me sinto confortável para o fazer.

Necessito ir para uma praia que tenha menos gente (ou menos familias vá) e que tenha espaço suficiente para que os incomodados se possam colocar longe de mim, senão sinto que estou a invadir o espaço deles com a minha nudez (se é que é possivel).

 

Gosto bastante da praia da Fonte da Telha para esse efeito.

 

Ontem como estava calorzinho lá fui eu às 10:00 para a praia, virei a toalha em direcção ao sol (que naquela hora fico virada para o pinhal e em sentido contrário do mar) e deitei-me.

 

Mal tiro o soutien e me deito para trás uma familia de avós que estavam a sensivelmente 10 metros de mim pega nos seus pertences e muda de local.

Não quis acreditar que fosse por minha causa...

 

Passado uns minutos surge das dunas uma familia jovem: pai, mãe e criança.

 

O pai pára perto de mim e começa a ver as possibilidades de lugar (que aquela hora são todas) e a mulher já um pouco desconcertada, não fosse ele ponderar querer ficar perto de mim diz em alto e bom som já com aquele piquinho de irritamento na voz diz "Não vamos ficar aqui NÉ".

 

Ele não responde e começa a andar em direcção ao mar.

 

Pensei para mim: certamente não é pelas minhas maminhas que estão a existir estas movimentações.

Mas sinceramente, pareceu-me que era.

 

E a pergunta que me veio à cabeça foi: "Mas porquê?"

 

Moralistas vão dizer: "porque não quero que exponham mamas perante as minhas crianças"

 

Até aceitaria esta questão, mas então algo está errado aqui porque a reacção não é a mesma quando no ginásio por exemplo, estou nua a secar-me com a toalha e tenho montes de crianças à minha volta com as mães que estão a preparar-se para a aula de natação.

 

Há dias houve um menino que enquanto ollhava para as minhas mamas perguntava à mãe:

 

"Mãe, também vou ter maminhas?"

 

E a mãe riu-se e explicou-lhe.

 

Portanto, não me parece que seja a "nudez" mostrada aos filhos que incomoda.

Será que é por causa dos homens?

 

Ou seja, não querem que os homens estejam a olhar para as maminhas de outra mulher e\ou haver possibilidade de se excitarem-se com isso enquanto elas estão ali ao lado.

 

Mas se for isso...meninas sejamos realistas: eles olham com ou sem soutien ok?

Como eu também olho, sem segundas intenções.

E além disso...eles estão CONVOSCO!

Portanto gostam de vocês, certamente vos desejam vestidas, despidas, de pernas para o ar.

 

As mulheres que fazem topless não o fazem para seduzir os homens, e mesmo que o façam o que está errado aqui é a acção de seduzir companheiros alheios e não o topless.

 

Portanto, não se martirizem com as meninas que fazem topless.

Não as façam sentir-se ovnis.

 

Eu e as minhas maminhas agradecemos.

 

Coisas que penso nos dias de ginásio - ODEIO IR AO GINÁSIO!!!

Odeio ir ao ginásio, odeio tentar emagrecer, odeio já não ter nascido perfeita, por isso existe um processo de preparação mental para dias em que tenho de ir ao ginásio, que partilho aqui:

 

07:30 - acordo e tento visualizar tudo aquilo que necessito pôr na mala do ginásio para depois não ter de voltar a casa.

07:32 - penso como é bom o sentimento de chegar a casa.

07: 58 - entro na pastelaria para pedir o café e vem-me aquele cheiro a croissant quentinho.

08:00 - penso em comer um bolo.

08:02 -  penso em como não vale de nada ir ao ginásio se me encho de açúcar logo de manhã.

08:03 - peço o café quase como quem diz bola de berlim.

08:10 - martirizo-me por ainda não conseguir beber café SEM açúcar.

08:20 - martirizo-me por ainda fumar.

 

(a trabalhar focadissima)

 

12:30 - como uma salada mas só penso em batatas fritas, massa, queijo ou qualquer coisa gordurosa.

12:50 - comi o prato cheio de salada sinto-me satisfeita, mas falta qualquer coisa...

12:53 - sinto que ainda cabe uma cookie americana no meu estómago.

12:55 - conflito interior por comer uma bolacha com 230kcal.

13:00 - convenço-me de que é melhor comer a bolacha a seguir ao almoço do que solitária a meio da tarde.

13:02 - como a bolacha.

13:04 - martirizo-me por ter comido a bolacha.

 

(a trabalhar focadissima)

 

17:30 - começo a pensar o quão bom era ir para o meu sofá descansar depois do trabalho.

17:35 - começa a apetecer-me acabar aquele pacote de batatas fritas que estão escondidas atrás das latas de atum.

17:37 - lembro-me que ainda tenho um saco de amêndoas de pascoa no frigorífico.

17:40 - martirizo-me por faltar 3 meses para o verão e ainda ter os meus glúteos a abanar mais que pudim flan.

17:42 - lembro-me como é bom pudin flan.

17:45 - começo a ver fitness models no instagram para me motivar.

17:50 - fico com raiva das fitness models.

17:55 - penso no dinheiro que pago pelo ginásio.

18:00 - vou ao ginásio quase a chorar.

20:00 - fico entusiasmada porque com 1 hora de ginásio já me sinto mais magra.

20:10 - penso como afinal o ginásio não é assim tão mau, e até me sinto bem por ter ido.

 

No dia a seguir, tudo outra vez.

Ninguém nos ensina a dizer NÃO ao ASSÉDIO!

Há cerca de 1 mês atrás no café onde vou todos os dias de manhã, e que amo de paixão porque é um local silencioso e posso ter alguma paz logo de manhã, um homem pôs conversa comigo.

 

Como sou uma pessoa que gosto de dar o beneficio da duvida e ser simpática conversámos durante uns minutos.

 

Fiquei a saber que tem 40 anos, está há 1 mês a viver sozinho em Lisboa e é farmacêutico.

 

Depois de ele me confessar estas informações de uma forma tão normal e simples decidi dizer-lhe que caso quisesse podia sentar-se comigo de manhã. Sei lá acho que me deu um bocado de pena porque pareceu-me mesmo que ele tinha necessidade de falar.

 

Assim foi, a partir desse dia todos os dias de manhã ele passou a sentar-se para beber o café comigo.

 

Passado 2 dias de nos termos conhecido recebo uma mensagem no facebook e um pedido de amizade dele.

 

Confesso que me faz espécie alguém se dar ao trabalho de procurar-me no facebook, principalmente se está comigo todos os dias.

Não respondi à mensagem e não aceitei o pedido de amizade.

 

No dia seguinte ele fala-me disso e eu expliquei-lhe o porquê de não ter aceite e ele compreendeu e não abordou mais o tema.

 

Há uns dias atrás, sempre que me despeço dele (com 2 beijos) ele tem-me colocado a mão no ombro, às vezes faz-me uma festinha no braço e ontem colocou-me a mão na cintura.

 

Eu não me sinto bem quando ele me toca, deixa-me desconfortável. Já dar beijinhos para mim é demasiado, quanto mais com tanto contacto físico.

A verdade é que não sei bem como lhe dizer isto.

Não há outra forma senão dizer-lhe: "Desculpa mas não gosto que me toques".

Não não há, é isto e tenho de lhe dizer como é, mas por alguma razão sinto-me envergonhada.

 

Com medo de que ele avançasse mais e dada a minha apatia, decidi não ir mais ao café (bolas!! ainda por cima gostava mesmo do sitio).

Mas não me sinto bem em ter de deixar de fazer a minha vida normal por causa disto.

Não estou a enfrentar o "problema", mas sim a fugir dele.

 

Ao desabafar isto com uma amiga minha, ela confidenciava-me que há uns meses atrás um colega de trabalho com quem ela fala bem de repente começou a fazer-lhe uma massagem na perna... ela ao contar-me confessou-me "Não soube como reagir ou o que dizer".

 

Este tipo de "assedio" disfarçado de carinho é uma forma subtil de sermos tocadas e nem sabermos como reagir.

 

ATENÇÃO: eu acho natural os homens\mulheres acharem as suas amigas\colegas\conhecidas atraentes.

O que não acho natural é existir esta aproximação intencional camuflada de boas intenções.

Sim camuflada, porque muitas vezes usam a técnica da vitimização\afastamento quando confrontados, quando na realidade só se afastaram porque levaram um travão que não gostaram!

 

Resumindo: aproveitam-se da nossa amizade para irem avançando passo a passo e testando aquilo que vamos permitindo.

 

E odeio não saber o que fazer!

Odeio nunca ninguém me ter ensinado como agir perante estas situações!

Lembro-me em criança a minha mãe só sabia dizer-me para não ser mal educada, não responder às pessoas, dar beijinhos a todos os velhos babosos que conhecíamos na rua, amigos de não sei quem!

Sei que ela fez o melhor que pôde, mas para nos salvaguardarmos temos de ser ensinados também a saber dizer NÃO! E a ser inconvenientes quando é preciso!

 

Fiquei a pensar:

 

É possível uma amizade entre homem e mulher refazer-se depois de ter havido um contacto físico não permitido? Mesmo que comunicado?

É possível existir uma amizade entre homem e mulher sem nunca haver qualquer tipo de assédio e\ou segundas intenções?

Mais grave, será que os pais não deviam preparar as crianças para quando confrontadas com situações que as deixem desconfortáveis saberem como reagir? 

Não se preveniria algum incidente mais grave se preparassemos melhor as crianças\adolescentes para reagir este tipo de situações ao invés de deixá-las ficar confusas e por isso mais facilmente manipuladas pelo agressor?

 

Beijos!

Ele tem namorada e agora?

E agora é que como ontem, amanhã e sempre, quem decide és TU!

 

"Mas porque é que ele tendo namorada veio falar comigo?"

Caríssima, varias possibilidades...

  • precisava encher o ego dele
  • não tinha mais ninguém para falar
  • tu foste uma excelente surpresa e ele empolgou-se
  • és tão interessante que ele esqueceu-se que tinha namorada
  • ele já não gosta dela e está a tentar arranjar substituta
  • ele é um traidor nato
  • ...

 

Bom, mas o que ELE importa na realidade?

Nada. O que importa é como te sentes com isso.

 

Há 2 temas que queria colocar aqui que acho importante reflectir sobre eles:

 

1. Se ele faz isso a ela, fará diferente comigo?

É sempre a primeira pergunta que passa na nossa cabeça, mas também não se pode logo sepultar o rapaz sem antes perceber quais as intenções dele. 

2. Não construas felicidade em cima do sofrimento dos outros

Eu sei que parece muito polite esta frase, mas eu não sinto que seja um começo saudável servir de "coveira" de um relacionamento.

Dá espaço para ele demonstrar o que ele quer de ti, fala com ele sobre o que te deixa desconfortável e acima de tudo: Nunca faças nada que não gostasses que te fizessem.

Se vires que ele só quer dar mesmo um "pulo" fora do namoro fica ao teu critério o que a tua consciência diz, no fundo não deves nada a ninguém, mas és sempre responsável por aquilo que cativas.

 

Posto isto, é sempre bom manter o respeito pela condição dos outros.

Se eu fosse a namorada dele, gostaria que a outra mulher pusesse a mão na consciência (já que ele não o fez) e não cedesse, porque acho que devemos desprezar comportamentos destes.

Porque na realidade sabemos que podemos vir a magoar outra pessoa, sendo "amante" do namorado dela, mesmo que seja apenas uma noite.

Então aquela conversa de "sou solteira, não devo nada, ele é que tem de se preocupar" é meio verdade, porque devemos sempre respeitar o próximo e ao saber que ele tem namorada já sabemos mais do que a própria rapariga que provavelmente nem sabe onde ele está, por isso não acho justo.

 

Sei que muitas vezes é difícil resistir, a carência não ajuda, a cabeça arranja qualquer desculpa para camuflar o que está errado, mas o que é certo é que merecemos mais do que alguém que nos faz ficar numa situação constrangedora, que nos coloca numa posição comprometedora por culpa dos seus próprios impulsos e nos arrasta para o "pecado".

 

Escolhe (para mim falo) alguém que seja verdadeiro contigo e com ele próprio, que te faça evoluir e ser uma melhor pessoa, que cuide de ti (só a ti) que te priorize e acima de tudo que te proteja!

 

Alguém assim, NÃO vai conquistar-te tendo uma namorada, porque vai estar ocupado a fazer isso com ela 

Pág. 1/3