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A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

A Podenga Portuguesa

Mulher dramática, pensativa, inquieta, feliz e infeliz. Que carrega o peso do mundo nas costas. Que é filha da mãe natureza. Acredita no amor, na empatia, na verdade, na hipótese.

Carta ao meu futuro filho (que não sei se quero ter)

Querido filho,

 

Se existes sabe que foste muito querido.

 

Pensei muito se te queria aqui comigo.

 

A casa que te vai acolher não está como eu queria que estivesse.

 

Desculpa-me pelo meu acto egoísta trazer-te cá.

 

Ainda assim, prometo fazer de tudo para te mostrar este planeta tal como o deverias ter conhecido.

 

A começar por colocar os teus pezinhos tenros na terra e não no cimento.

Fazer-te sentir a chuva como uma bênção.

Receber o sol como uma dádiva.

 

Quando cresceres, quero que tenhas amigos de carne e osso para brincares, animais para cuidares, natureza para observares.

 

Quero que pintes o que a tua imaginação brotar.

Que dances o que o teu corpo quer expressar.

Sem vergonhas.

 

Não fiques admirado se alguém te olhar demasiado.

É porque és raro, só isso.

Estão a observar-te.

 

Da mesma forma que tu com os teus olhos vais poder observar coisas que não irás entender.

Pessoas, como tu, vão ter actos e dizer coisas que tu não conheces ou não compreendes, às vezes até não concordas.

Não te assustes, vou preparar-te para isso tudo.

 

Vou dar-te uma arma essencial para esses momentos.

O Amor.

Vais usá-lo muito por aqui, mesmo sem perceberes.

 

Vou também ensinar-te a agradecer pelo que tens e a partilhá-lo com os outros.

As melhores coisas no mundo não são materiais, mas isso vais ter tempo para aprender.

 

Entretanto neste inicio de caminho, vou estar atenta aos teus dons.

Não vou permitir-te ter medo dos teus sonhos ou subjugar-te.

 

Quando fores adulto, espero que pratiques o bem por onde passares.

Quando já não me tiveres, espero que tenhas presente as minhas palavras.

Quando já não te lembrares do que eu disse, lembra-te das minhas acções.

 

Quando pensares em ter um filho e se eu já cá não estiver, lê o que te escrevi.